Agricultura de PrecisãoVinha

Hoje mais do que nunca a agricultura está na moda. Investidores e empresas tecnológicas estão a investir na Agricultura e sinal disso mesmo foi a presença de algumas startup’s ligadas ao setor que estiveram no radar da websummit de Lisboa. Quanto aos Produtores também eles estão cada vez mais embuidos e alinhados no espirito dos drones, dos sensores e a sua aplicação nas parcelas agrícolas.

Na Agrosustentável também sentimos o buzz ao redor da aplicação da tecnologia na agricultura, pois quase todas as semanas recebemos pedidos de contatos para a apresentação de serviços relacionados com o voo de drones para disponibilização de índices de vegetação (NDVI e outros), plataformas de gestão de imagens, sensores e demais tecnologia. Com tanta oferta impõe-se a pergunta?

Como Começar a Viticultura de Precisão?

Da nossa experiência e olhando para o “loop” da Viticultura de Precisão, devemos iniciar a nossa jornada com a recolha de dados da nossa vinha. Os dados serão a base de tudo… Mas que dados vou monitorizar?

Tudo depende da informação que pretende retirar da sua vinha…. Considera importante o vigor e a expressão vegetativa da sua vinha? Então comece a coletar dados georreferenciados de pesos de lenha de poda.

Considera importante obter dados da fertilidade do seu solo em zonas homogéneas? Georreferencie as suas amostras de solo.

Considera importante os dados qualitativos e quantitativos da vindima?

Interessa-lhe saber as dinâmicas das pragas na sua vinha? Georreferencie os focos…e Guarde…Guarde toda essa informação que considera importante e a cada dado deve estar associado um ponto GPS ou uma unidade de gestão (talhão por exemplo), vai ver que irá precisar dessa informação no futuro… Não muito distante.

Quanto à georreferenciação, hoje grande parte dos smartphones já possuem GPS com uma boa precisão e aplicações como o “MapIt” a guardar o ponto georreferenciado… Portanto a georreferenciação também deixou de ser problema.

Onde entra o NDVI e a Condutividade Elétrica de Solo?

Não podia deixar de falar sobre o NDVI e a Condutividade Elétrica, informação em que devemos investir para aumentar o conhecimento da variabilidade espacial dos solos e da nossa vinha. Eles devem funcionar como base à recolha de toda a outra informação, ou seja, porque não basear a recolha de amostras de solo ou folhas nos mapas de condutividade elétrica ou de NDVI em vez das ditas amostras aleatórias, como nos ensinam na escola.

Tenha sempre a noção que o histórico de dados joga um papel muito importante no processo de análise, assim comece o quanto antes e invista na recolha desses mesmos dados… Sugerimos o NDVI porque nos abre várias frentes de trabalho, não só na gestão de rega, como na fertilização e até na gestão do coberto vegetal e da própria sebe.

Com o passar dos anos na recolha de dados e pelo contato permanente e próximo que temos com os nossos clientes, sentimos que para uma correta gestão destes dados é necessário a introdução de uma plataforma SIG, seja na web, no terreno ou em gabinete… Mais cedo ou mais tarde ela terá sempre de existir e será peça fundamental para gerir, analisar e emitir os mapas de prescrição para a aplicação em taxa variável (VRT).

Este processo de introdução e fecho do ciclo da viticultura de precisão pode durar vários anos, tudo depende da capacidade de investimento em tecnologia, pois a introdução do GPS nos tratores e a aplicação em taxa variável (VRT) será sempre o fecho do ciclo.

Para finalizar e em jeito de conclusão, invista na recolha de dados que ache importante monitorizar, não seja refém dos dados, numa lógica do “keep it simple” e se optar por apoio opte sempre pelas empresas que prestam um serviço mais próximo e com um agrónomo para o ajudar a interpretar a informação do ponto de vista agronómico.